Quem são os vilões do consumo de energia na conta de luz?
No Brasil, atualmente uma parcela significativa dos rendimentos familiares são destinados ao pagamento de contas que não podemos abrir mão como a água, o gás e a energia elétrica, sendo esta última a que recebeu os maiores reajustes nos últimos anos, sendo assim, vamos entender um pouco melhor como nossos hábitos e utensílios domésticos participam no consumo dentro de nossos lares.
A energia elétrica que entra em nossas casas é responsável por alimentar os aparelhos domésticos que convertem esta energia elétrica em outras três formas de energia, a térmica, a mecânica e a luminosa, e este trabalho que é realizado pelos componentes internos dos aparelhos que determinam o consumo de energia.
E os vilões?
A energia térmica é a que requer uma maior demanda de energia elétrica para realizar essa conversão.
O chuveiro elétrico, o ar-condicionado, o ferro de passar roupas, a secadora de roupas e os refrigeradores dentre outros representam juntos por cerca de 64% do custo total da tarifa. O chuveiro elétrico é o maior vilão, com potências que variam entre 4.400w e 7.500w (as mais usuais), representam junto com as torneiras elétricas(3.500w) por cerca de 26% de todo o consumo, e neste sentido, deixar os seletores de temperatura para cada estação do ano é o mais indicado para ajudar a economizar na conta.
Os refrigeradores(aprox.400w) são outro item, que por ficarem em funcionamento 24h por dia representam uma alta demanda de energia elétrica e chegam a representar até 30% da conta, por isso é muito importante alguns detalhes não somente no uso como também na localização destes aparelhos em uma cozinha, suas borrachas devem ser inspecionadas frequentemente para evitar fuga de refrigeração, bem como os itens a serem movimentados devem ser feitos todos em um mesmo momento evitando a abertura constante das portas, sua instalação deve evitar estar próxima a fontes de calor como fogões e fornos além de abertura de janelas e portas que tenham incidência de raios solares diretos, pois em todos esses casos seu motor irá trabalhar em ciclos constantes para manter a temperatura interna.
Os aparelhos de ar-condicionado mais utilizados dentro das residências variam entre 7.000 e 12.000 BTUs, e possuem uma demanda entre 700w e 1.900w para estes aparelhos representando cerca de 5% no consumo. O ferro elétrico com potência média 1200w possui uma resistência que demanda de alta corrente elétrica inicial e deve ser usado quando existe uma quantidade considerável de roupas para evitar essa sobretensão inicial sempre que o aparelho é ligado. O aparelho de micro-ondas varia entre 1.500w e 2.000w e sua corrente é máxima durante todo ciclo de funcionamento, porém seu uso é limitado a curtos períodos. Outros equipamentos também convertem em energia térmica porém são de uso mais esporádico como o secador e a chapinha de cabelos, a secadora de roupas e a lavadora de roupas com ciclo de água quente, também são exemplos, porém estes dois últimos junto com o ar-condicionado são conversão mistas, pois além da térmica é empregado uma maior demanda em conversão mecânica do que térmica.
Outra transformação energética que deve ser alvo de análise e controle é a luminosa, ela representa 24% do consumo total da fatura, neste ponto devemos nos atentar para a escolha de equipamentos mais modernos que fornecem a mesma intensidade luminosa e nos fazendo perceber em duas lâmpadas de tecnologias diferentes como a led e a fluorescente de potencias(w) diferentes uma mesma Luminância visual. Na iluminação das residências devemos também ficar atendo aos hábitos dos usuários, pois manter luzes acessas em ambientes sem uso ou projetos luminotécnicos com oferta de iluminação em demasia favorece o consumo exagerado de eletricidade.
O restante dos utensílios representam dentro da cadeia de consumo 12% de energia, e são movidos em sua maioria por energia mecânica ou um misto de mecânica e outras formas, e neste sentido, a escolha dos eletrodomésticos deve sempre se basear considerando o consumo individual de cada aparelho atendendo as diferentes necessidades, e a para auxiliar nessa escolha temos o selo Procel de consumo, que classifica o consumo individual dentro de cada categoria.
Por: arq. Jonathan Zanin
